Sejamos sinceros: quando vamos em um restaurante, e olhamos o cardápio, somos mais propensos a pedir pratos que são identificados com fotos. E preferencialmente fotos boas (pois fotos ruins o efeito é o contrário, não pedimos). Parece falar o óbvio, mas esse ainda é um erro que vemos em muitos estabelecimentos.
E essa situação passamos constantemente: vamos a um restaurante, olhamos o cardápio, apenas com textos (sem fotos), e na chegada do prato a mesa vem a surpresa. Pode ser boa ou ruim. Essa sensação de “surpresa” é algo que as pessoas não gostam de passar. E quer saber? Muitas delas pedem os pratos triviais justamente por não querer arriscar pedir um prato que ele não tem ideia de como virá. Fico imaginando o quanto que esses restaurantes perdem a chance de vender novamente para esses clientes, e vender pratos que inclusive tem uma rentabilidade melhor.
Somos estimulados pelos nossos SENTIDOS: visão, olfato e paladar são os principais sentidos aguçados quanto degustamos uma refeição.
Mas hoje em dia as câmeras fotográficas estão mais acessíveis, cada vez melhores e com maior resolução.
Então qualquer pessoa com uma boa câmera consegue fazer uma foto boa? Será mesmo?
O prato abaixo foi uma foto tirada do celular, apenas para mostrar como uma foto aparece sem tomar alguns cuidados. É uma foto comum, sem apelo visual.
A foto abaixo é o mesmo prato (com os acompanhamentos), mas o resultado é outro.
E não é apenas o equipamento que foi utilizado para fotografar, mas uma série de fatores que contribuem para o resultado final, que incluem também produção de alimentos (food styling). Cada elemento foi posicionado de forma pensada. O cesto de pão teve as rodelas bem alinhadas. O potinho com creme preenchido até em cima. A própria chapa é nova. A carne em tiras foram organizadas de forma planejada. Tudo é pensado, nada é ao acaso.
Quando olhamos a imagem, temos muito mais informações e que nosso cérebro irá subjetivamente aprovar como algo que nos agrade.
• tem cores mais vivas (entendemos que isso é algo bom, saboroso, fresco);
• a carne tem uma aparência de suculenta e que acabou de sair da chapa quente;
• as batatas parece bem assadas e com uma aparente crocância da casca;
• os acompanhamentos na frente dão uma boa noção da quantidade.
Da mesma forma que quando temos um problema no coração procuramos um cardiologista e não um clínico geral, em fotografia de alimentos podemos dizer que o mesmo também é verdade.
Fotografar alimentos é conseguir registrar em uma imagem bidimensional todo o volume do alimento, as suas texturas, o aroma, o sabor, mostrar seus principais ingredientes e as sensações que iremos ter ao degustar esse prato.
Veja alguns exemplos para entender melhor essas Sensações que podemos transmitir em alimentos:
• Crocante (torrada)
• Suculento (filé mignon)
• Aerado (bolo)
• Fresco (saladas)
• Bebida Quente (café)
• Bebida temperatura ambiente (vinho)
• Bebida Gelada (caipirinha)
• Congelado (sorvete)
E para isso usamos várias técnicas, desde forma de apresentação, iluminação, preparação do prato (food styling) e tratamento de imagem.